Câmara e ALE vão discutir construção de megatorres na Lagoa da Anta

A Câmara de Maceió e a Assembleia Legislativa Estadual vão discutir a possível construção de 5 megatorres, de 15 andares cada, no entorno da Lagoa da Anta, no bairro de Jatiúca. A preocupação é com os impactos ambientais e no que diz respeito à mobilidade urbana.

No Legislativo municipal, o vereador Allan Pierre (MDB) apresentou requerimento à Mesa Diretora para a realização de uma audiência pública com esse objetivo e aguarda a deliberação do plenário e a marcação da data e horário da discussão.

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O assunto também será pauta na 11ª Comissão Meio Ambiente e Proteção dos Animais, na Assembleia Legislativa (ALE). O presidente do colegiado, deputado Delegado Leonam Pinheiro (União Brasil), adiantou que, com o retorno dos trabalhos no Parlamento, também vai propor uma discussão acerca da ideia de se modificar o cenário urbanístico na Lagoa da Anta.

No caso da Câmara, Pierre propõe audiência com o tema “Preservação x Expansão Imobiliária” e pretende convidar representantes da Prefeitura de Maceió, do Instituto do Meio Ambiente (IMA), Ibama, Ordem dos Advogados do Brasil em Alagoas (OAB/AL), Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário em Alagoas (Ademi/AL), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia em Alagoas (Crea), Sindicato da Indústria da Construção de Alagoas (Sinduscon/AL), Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Ele também pretende chamar ao debate representantes da Construtora Record, responsável megaprojeto imobiliário, do Hotel Jatiúca, do Ministério Público de Alagoas (MPAL), da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) e moradores da região.

“O tema em questão precisa ser debatido sob a ótica do desenvolvimento sustentável, equilibrando o crescimento econômico e a preservação ambiental. Aquela área tem uma riqueza natural grandiosa para a cidade e não pode ser privatizada de forma a impedir que os maceioenses usufruam dela, principalmente por se tratar de uma região sensível, que abriga manguezais, coqueirais e um ecossistema interligado à lagoa”, avalia.

O vereador diz entender que, dependendo do tamanho das torres a serem construídas, o projeto pode causar impactos ambientais gigantescos e irreversíveis, sendo necessários estudos técnicos que subsidiem quaisquer decisões a serem tomadas para a área.

“A Lagoa da Anta sempre foi uma área polêmica e precisa ser tratada com responsabilidade, em se tratando de um patrimônio da cidade, garantindo que projetos desse porte beneficiem a população local e não apenas vislumbrem o crescimento imobiliário. Estamos tratando de um patrimônio da cidade de Maceió”.

Na ALE, o deputado Leonam informou que o assunto deverá ser debatido na Assembleia no mês de março. “Vamos discutir o que pode ser feito para evitar a degradação daquela área. Ali é um ponto importantíssimo para o meio ambiente, pois seu entorno envolve matas ciliares, e é crime qualquer tipo de interferência”, afirmou.

Leonam também expressou preocupação com os impactos do projeto na mobilidade urbana. “Aquela área do Posto 7 tem um alto fluxo de veículos. Construir 5 megatorres ali, com 2 mil vagas de estacionamento, serão 2 mil veículos a mais circulando”.

Ontem, a TV Gazeta procurou a construtora Record para falar sobre o projeto imobiliário, mas um dos diretores contactados disse estar viajando e não quis se pronunciar sobre a questão.

A negociação, mantida “sob sigilo” e confirmada por Hélio Abreu, sócio da construtora, prevê ainda que a Record assumirá uma dívida de R$ 260 milhões que o Grupo Lundgren tem junto a instituições financeiras.

Além do pagamento inicial e da absorção da dívida, os termos contratuais firmados pela Record fixam também um pagamento adicional de mais R$ 260 milhões, perfazendo um total de R$ 520 milhões, valor este correspondente a uma taxa de valorização de 35%, devido à incorporação da área ao projeto.

Fonte: GazetaWeb

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