A maior instituição pública de ensino superior de Alagoas está presente na seleta lista de pesquisadores mais citados do mundo. São seis professores da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que tiveram seus trabalhos internacionalmente reconhecidos como impactantes para o meio científico. Os pesquisadores foram destacados na recente atualização da Science-Wide Author Databases of Standardized Citation Indicators.
A listagem é organizada por pesquisadores da Universidade de Stanford e publicada pela editora holandesa Elsevier e leva em consideração tanto a relevância quanto a influência das publicações ao longo do tempo. Na Ufal, foram incluídos os professores Richard Ladle, Osvaldo Rosso, Glauber Silva, Edeildo Silva-Júnior, Patrícia Muniz Medeiros, a única representante mulher, e Lucas Meili, que apareceu no ranking pela primeira vez.
“É uma realização de grande importância para mim, especialmente após mais de dez anos de trabalho dedicado às áreas de engenharia química, engenharia ambiental e desenvolvimento de materiais. Este reconhecimento internacional legitima os esforços contínuos na pesquisa científica e destaca a relevância do trabalho que venho desenvolvendo ao longo dos anos”, comentou com orgulho.
A contribuição da Ufal com a pesquisa científica tem, frequentemente, ficado em evidência internacional. Os cientistas da lista publicada pela Elsevier são classificados em 22 campos científicos e 174 subcampos de acordo com a classificação padrão Science-Metrix. O banco de dados fornece informações padronizadas sobre citações, índice h, índice hm ajustado de coautoria, citações de artigos em diferentes posições de autoria e um indicador composto (c-score).
Para chegar à listagem dos cem mil melhores cientistas são utilizados os dados da carreira do até o final de 2023 e os dados do ano recente referem-se às citações recebidas durante o ano civil de 2023. Esta versão é baseada no instantâneo de 1º de agosto de 2024 do Scopus, uma base internacional de produção científica.
“Este reconhecimento torna-se ainda mais valioso quando levamos em conta que os cientistas brasileiros frequentemente se deparam com obstáculos no que se refere ao reconhecimento de suas atividades acadêmicas e científicas. Estar entre os cientistas mais citados indica que, mesmo diante dos desafios, a ciência desenvolvida em universidades brasileiras tem potencial e deve ser reconhecida em nível mundial. Estou honrado por ter a oportunidade de representar o meu país e a minha instituição neste palco global”, reforçou Meili.
Confira aqui a publicação completa que incluiu os pesquisadores da Ufal.
Osvaldo Rosso
O professor Osvaldo Rosso é um especialista em análise de séries temporais, dinâmica não-linear, teoria wavelet e teoria da informação, com aplicações em campos como Física, Biologia, Medicina e Economia. Suas pesquisas têm impactado positivamente no tratamento de doenças como epilepsia e Alzheimer. Atualmente, sua equipe está investigando aplicações relacionadas ao Parkinson.
Glauber Tomaz Silva
Esta é a quarta vez consecutiva que o professor do Instituto de Física (IF), Glauber Tomaz Silva, foi incluído na lista da Stanford. Ele é doutor em Ciência da Computação e pós-doutor em Dinâmica de Fluidos pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e Universidade Técnica da Dinamarca. Glauber coordena o Grupo de Acústica Física e atua na área de acustofluídica desde 2015.
Richard Ladle
Edeildo Ferreira da Silva Júnior
O professor seguiu toda a carreira acadêmica na Ufal, desde a graduação em Farmácia até doutorado em Ciências, com ênfase em química biológica e medicinal, pelo Programa de Pós-graduação em Química e Biotecnologia (PPGQB), e o pós-doutorado no Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) onde trabalhou no desenvolvimento de peptidomiméticos visando atividade antiviral contra Zika e Dengue. Tem atuado na área de química medicinal de alto impacto, especificamente com planejamento racional e avaliação de antivirais contra vírus (re)emergentes, como Zika, Dengue e Chikungunya.
Patrícia Muniz de Medeiros
Atua nas áreas de Etnobotânica, Ecologia humana e Etnoecologia e foi eleita membro afilada da Academia Brasileira de Ciências (2021-2025). Seus estudos focam nos aspectos ecológicos e evolutivos que permeiam a relação pessoas-recursos naturais. E em pesquisas recentes usa as plantas e demais recursos naturais como modelos para entender as respostas adaptativas a mudanças ambientais e culturais. A professora do Centro de Ciências Agrárias (Ceca) venceu o Prêmio Internacional Rising Talents da L’Oréal-Unesco for Women in Science de 2020 e o prêmio L’Oréal-Unesco-ABC Para Mulheres na Ciência, em 2019.
Lucas Meili
É professor do Centro de Tecnologia (Ctec) e possui doutorado em Engenharia Química pela Universidade Federal de São Carlos. Suas áreas de interesse estão focadas em processos de separação, tratamento de água e efluentes, e síntese de materiais. As suas pesquisam detacam processos de adsorção de corantes e produtos farmacêuticos e síntese de biochars, argilas e pontos quânticos de carbono. O professor da Ufal é também editor de mais de dez periódicos internacionais.
Fonte: Com acessoria
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