Uma empresa alemã teve uma ideia (discutível) para reduzir o impacto ambiental da cerveja: vendê-la em pó

A indústria da cerveja tem uma enorme pegada ambiental. Bilhões de litros de água são transportados para consumidores em todo o mundo basicamente porque a cerveja é composta por até 90% de água. E à medida que esta indústria gigante se esforça para se tornar mais verde, uma alternativa para reduzir a pegada de carbono está ganhando terreno: retirar a água da equação. Ou pelo menos temporariamente.

Uma empresa alemã chamada Klosterbrauerei Neuzelle desenvolveu a primeira cerveja em pó do mundo. Este processo de fabricação para comprimi-la tanto quanto possível economizaria custos e recursos no processo de fabricação. Além de reduzir o peso dos envios em quase 90%. A questão principal é: cerveja em pó tem um gosto bom?

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Após dois anos de pesquisas financiadas pela BMW e pelo Ministério Federal de Assuntos Econômicos da Alemanha, a Klosterbrauerei Neuzelle desenvolveu uma cerveja em pó. Essa bebida, que a empresa chama de “cerveja mais seca”, se diferencia das demais cervejas em pó lançadas no mercado nos últimos anos por conter álcool e ser gaseificada. “É a primeira cerveja completa em pó do mundo e pode mudar o mundo”, explicou Stefan Fritsche, diretor administrativo da cervejaria,

Como funciona a cerveja em pó?

A ideia é muito simples: coloque o pó, acrescente a água, mexa algumas vezes e a cerveja está pronta. No futuro, o Xataka informa que ela seria produzida em grandes fábricas e entregue a engarrafadores de água locais. As cervejarias podem então misturá-la com água, engarrafá-la e vendê-la localmente como cerveja.

Segundo a empresa, essa bebida rica em dextrina é processada e transformada em cerveja em pó solúvel em água. As dextrinas são produtos da degradação do amido que consistem em várias moléculas simples de açúcar e são encontradas na cerveja. Antes do consumo, o pó deve ser misturado com água gaseificada ou, em casos excepcionais, água da torneira.

E o sabor??

A Klosterbrauerei Neuzelle afirma que as primeiras degustações de cerveja com infusão em pó têm sido promissoras. Um repórter do jornal regional alemão Märkische Oderzeitung disse: “Tem um pouco de malte”. O processo pode ser feito com qualquer tipo de cerveja: preta, light, pale ale, pilsen etc. Isso significa que, no futuro, as cervejarias poderão obter esses pacotes de pó e adicioná-los às bebidas que servem aos clientes.

A ideia é que a cerveja em pó reduza significativamente os custos de entrega e envio porque um pacote representa cerca de 10% do conteúdo de uma garrafa: “Chegou a hora de testar a produção e a logística da cerveja clássica, à luz de como tratamos o meio ambiente”, observa a empresa. Além disso, a crise energética, a inflação e a escassez de vidro causada pela guerra na Ucrânia colocaram muitos obstáculos neste mercado.

“Calculamos que, no que diz respeito à Alemanha, podemos poupar entre 3 e 5% das emissões de CO2 apenas na Alemanha. E se olharmos globalmente, isso representaria cerca de metade das emissões de CO2 a nível mundial que poderíamos reduzir. Claro que a princípio não é muito, mas esse número em todo o mundo seria uma soma gigantesca”, explicaram os autores da ideia.

Mas a cerveja em pó não seria para todos

Não faz sentido importar garrafas de vidro, enchê-las com água alemã e depois enviar a cerveja para África ou China ou qualquer outro lugar. De acordo com os criadores, só faria sentido que as cervejarias abastecessem mercados distantes com o pó e que as cervejarias locais predominantemente pequenas e médias continuassem a fabricar e engarrafar cerveja de forma convencional.

Além da agricultura e da refrigeração, muitas das emissões relacionadas com esta indústria resultam do transporte de barris e outros contentores volumosos para o mercado através da infraestrutura existente, que não é muito amiga do ambiente. É por isso que os fabricantes de cerveja estão explorando novas tecnologias de embalagem para reduzir o transporte, como a concentração da bebida.

Fonte: IGN Brasil

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